Estância Turística de Itu
Área: 640.719
km²
Elevação: 583 m
População: 175.568 mil
Clima: subtropical
Universidade: Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio
Itu é um município do estado de São Paulo, no Brasil, situado na Região Metropolitana de Sorocaba, na Mesorregião Macro Metropolitana Paulista e na Microrregião de Sorocaba. Localiza-se a uma latitude 23º15'51" sul e a uma longitude 47º17'57" oeste, estando a uma altitude de 583 metros. Sua população estimada em 2019
era de 173 939 habitantes,[1] formada principalmente por descendentes de imigrantes portugueses,
italianos, japoneses, além de migrantes de outras regiões do Brasil, em
especial do Nordeste, além
da forte presença de migrantes do estado do Paraná.
Itu já foi a cidade mais rica do
estado, sendo famosa por nela terem residido muitos "barões do café" e autoridades importantes do país. O município teve importância
no processo que conduziu à proclamação da república do Brasil em 1889, tendo sediado, em 1873, a
primeira Convenção
Republicana do Brasil.[4]
É o 47° município mais populoso
do estado de São Paulo e o 153° no Brasil, além de ser a segunda maior cidade
da Região Metropolitana de Sorocaba, atrás apenas de Sorocaba.[5]
A cidade é famosa por ter
diversos objetos de tamanho exagerado, fama esta inaugurada pelo comediante
Francisco Flaviano de Almeida, o famoso Simplício.
Toponímia
Segundo Silveira
Bueno, "Itu" procede do
termo tupi Utu-Guaçu (cachoeira
grande). Eduardo de
Almeida Navarro diz que o topônimo procede
do tupi ytu (cachoeira).[6]
História
Período colonial
Bandeirantes receberam, por sesmaria, em 1604, a posse das terras dos campos do
Pirapitingui. O marco da fundação da cidade de Itu foi a construção, em 1610,
de uma capela dedicada a Nossa Senhora da Candelária, no lugar em que hoje fica a Igreja do Bom Jesus.
Esta capela foi construída pelo bandeirante Domingos Fernandes e seu genro, Cristóvão Diniz. Adotou-se o dia 2 de fevereiro como
data de aniversário de Itu, por coincidir com o dia de Nossa Senhora da
Candelária. O povoado se formou em torno desta capela.
Os portugueses estabeleceram-se na região em 1610, sendo que a freguesia foi criada em 1653. No ano de 1653, foi elevada a Freguesia de
Santana do Parnaíba. Em 1657, foi elevada à categoria de vila, com direito a
possuir uma câmara municipal, iniciando-se, assim, a construção de um novo
templo. Durante quase 100 anos (de 1657 a 1750), a Vila de Itu não passou de um
pequeno núcleo, com menos de 100 casas, concentradas no pátio da antiga Matriz
e numa única rua que ia do pátio até a capelinha do primeiro povoado. Uma boa
parte das casas, as do pátio, sobretudo, pertencia a fazendeiros. Quando
aumentou a escravatura e a produção das fazendas, seus donos ajudaram a erguer
dois conventos na Vila, o de São Francisco (1692) e o do Carmo (1719). Os
comerciantes ergueram, em 1726, uma capela, num lugar ainda descampado, a de
Santa Rita, inaugurada em 1728. Em 1760, já existiam cerca de 105 casas e mais
uma rua, chamada da Palma (atual Rua dos Andradas). Nessa época, Itu se firma
como entreposto de comércio na rota entre o sul do país e as regiões
mineradoras de Mato Grosso e Goiás. Na vila, as maiorias das casas eram
pequenas e habitadas por gente que pouco ou nada possuía.
Alguns anos depois, em 1776, com
o crescimento das lavouras da cana de açúcar e do algodão, a Vila cresceu,
contando com 180 casas, tendo ainda as mesmas ruas de antes. Quem deu vida à
localidade foram os artesãos (sapateiros, ferreiros, carpinteiros, tecelões,
costureiras e fiandeiras), os quais ocupavam 119 casas. Os comerciantes
interessados na venda de tecido, colchas e cobertores para outras regiões,
promoveram o cultivo de algodão, e a produção caseira de tecidos. A partir de
1777, a Vila de Itu cresceu em função dos negócios de exportação de açúcar para
a Europa. O número de engenhos de cana e de escravos, vindos da África, se
multiplicou. De 1785 a 1792, foram abertas as ruas que descem paralelas, pelas
encostas do espigão, e seus prolongamentos pelo lado da Igreja do Patrocínio
inaugurada em 1819. Em 1811, foi criada a Comarca de Itu.
Império
Recebeu, em 1822, o título
de Fidelíssima do imperador dom Pedro
I por sua posição a favor
da independência. A partir da lista nominativas de habitantes de Itu do ano de 1836, se
observou que os grandes engenhos de Itu também continham números consideráveis
de produção de milho, sendo importante ressaltar que boa parte desse milho foi
produzido nas próprias unidades açucareiras. A título de exemplo, João
Tibiriçá, lavrador e morador do quarteirão três do distrito de Indaiatuba,
possuía em sua fazenda 84 escravos - maior plantel da vila. Sua fazenda
produziu, em 1836, 3.000 arrobas de açúcar, enquanto possuía 1000 alqueires de
milho, 300 alqueires de feijão e 80 alqueires de arroz. Seu caso é um exemplo
das grandes fazendas de Itu, as quais tinham enormes plantéis de escravos e uma
alta produção de açúcar, mas não deixavam de reservar grandes alqueires para
produção de alimentos. Estes, no caso, não seriam apenas para o consumo
próprio, o que levanta a hipótese da existência de um comércio bastante
elaborado de alimentos.[7]
Pela Lei Provincial de 5 de
fevereiro de 1842, a Vila de Itu foi elevada a cidade. Nessa ocasião, possuía
umas 800 casas. A partir de 1850 e durante anos, Itu foi considerada a cidade
mais rica da Província de São Paulo, com importante participação na vida política e econômica. Em 1860,
ocorreu uma grande crise no mercado internacional do açúcar. O plantio da cana
entrou em decadência, causando, com o tempo, um conflito entre os políticos e
os fazendeiros ituanos e o Governo Imperial. Cresceu em Itu o Movimento
Republicano que resultou, em 1873, na realização da Primeira Convenção
Republicana do país. Início da propaganda republicana, com a criação do Partido
Republicano Paulista. Por isso mesmo, Itu é chamada de "Berço da
República".
O açúcar foi sendo gradativamente substituído pelo café. Com o aumento da produção cafeeira, os fazendeiros buscaram, na Europa, a vinda de imigrantes para substituir a mão de obra escrava. O tráfico havia sido proibido em 1850 e a escravatura, abolida em 1888. Com a ajuda do governo republicano, proclamado em 1889 vieram para Itu milhares de imigrantes, a maioria italianos. A cidade possuía, nesta época, cerca de 1 800 casas.
Século XX
O café foi a base da economia do
município até 1935, ano da maior produção, decaindo depois, pela concorrência
de outras áreas de plantio e pelo esgotamento de suas terras. De 1935 a 1950,
Itu quase não cresceu além da área já ocupada. A partir de 1950, novas
indústrias vem se instalando no município, principalmente as de cerâmicas.
Ocorreu grande migração rural em busca de trabalhos nas fábricas. Começou
novamente a crescer com a abertura de diversos loteamentos na periferia. Itu já
não tinha a mesma importância de antigamente, sendo influenciada pela Capital
do Estado, já então uma metrópole.
O velho centro é a maior e mais
importante herança cultural dos tempos da colônia, e passou a ser transformado
em centro histórico e área comercial. Após 1970, com a construção da rodovia
Castelo Branco, novas indústrias instalaram-se em Itu, principalmente às
margens de suas estradas de acesso.
Geografia
Itu localiza-se a uma latitude 23º15'51" sul e a uma longitude 47º17'57" oeste, estando a uma altitude de 583 metros acima
do nível do
mar.
O clima é subtropical, a temperatura anual é de 20 graus centígrados. O verão é quente e chuvoso. O inverno é frio e seco. O município está localizado
entre o planalto cristalino e o sedimentar. O relevo é suave e com áreas mais elevadas nas regiões
limítrofes.
O Rio Tietê (região não navegável, devido às corredeiras
e poluição elevada) corta da cidade. Itu também possui inúmeras nascentes e
fontes de água, entre elas a Fonte Nossa Senhora Aparecida que abastece a
indústria Heineken que produz a água mineral Schin,
eleita por críticos gastronômicos a melhor do país.[carece de fontes]
Itu abriga em seu território a
Gruta do Riacho Subterrâneo, coincidentemente a maior caverna em granito do
Brasil e hemisfério sul e a sexta maior do mundo.[8]
A cidade conta com vários parques
urbanos. O Bosque Alceu Geribello, no
Bairro Brasil, é pedaço preservado da Mata
Atlântica e abriga o Centro de
Educação Ambiental
Crise hídrica em 2014
Com um histórico secular de falta de água, Itu depende de pequenos afluentes e ribeirões para encher os cinco pequenos reservatórios.[9] Em 2006, a autarquia que administrava o sistema de água e esgoto de Itu (SAAE), foi vendida para a empresa privada Águas de Itu, com o compromisso de resolver o problema de falta de água, trabalhando efetivamente na contenção de perdas e implantação de melhorias no sistema de captação. A situação se agravou com a estiagem em 2014. Em julho de 2014, o Ministério Público manifestou-se orientando a administração pública municipal para que decretasse Estado de Calamidade Pública para que o município pudesse utilizar artifícios emergenciais na busca de uma solução imediata para a cidade, que enfrentava, à época da manifestação do MP, um racionamento de água de mais de seis meses.
Demografia
Crescimento
populacional
Censo Pop. %±
1980
74.203 ————
1991
107.314 44,6%
2000
135.366 26,1%
2010
154.200 13,9%
Segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2015 a população do município era de 167 095
habitantes,[1] sendo o 47° mais populoso do estado e apresentando uma densidade
populacional de 241,01 pessoas por
quilômetro quadrado. A população de Itu, aferida no Censo IBGE
de 2010, em relação à população aferida
no Censo IBGE
de 2000 teve um crescimento de
13,9 por cento.
Pertencendo à Diocese de
Jundiaí, Itu conta com as seguintes
paróquias:[11] Segundo o Censo
brasileiro de 2010, o catolicismo
romano é a principal religião no
município, com 105.354 fiéis, ou 68,35% da população. Em seguida, vêm os
protestantes (20,86%), irreligiosos (5,34%), espíritas (2,13%), judeus (0,12%), umbandistas (0,10%) e budistas (0,06%).[12]
De acordo com o Censo de 2010, a população do município era composta pelo seguintes grupos étnicos: brancos (70,15%), pardos (24,60%), negros (4,47%), asiáticos (0,55%) e indígenas (0,07%). Das pessoas entrevistadas, 0,16% não se declarou pertencente a nenhum desses grupos.
Unidade militar
Ver artigo principal: 2º Grupo de Artilharia de Campanha Leve
Em 20 de janeiro de 1918,
instalou-se no município, no prédio do antigo Colégio São Luiz, onde funcionava
um colégio jesuíta, um quartel do Exército
Brasileiro. A Unidade Militar passou por
várias denominações ao longo de sua trajetória, sendo hoje o 2º Grupo de Artilharia de Campanha Leve. Ostenta o nome histórico de Regimento Deodoro,
uma homenagem ao Marechal Deodoro da Fonseca, proclamador da República, tendo em vista a importância da cidade de Itu no
movimento republicano.
Nos mais de 100 anos de presença na cidade, os militares desenvolveram uma ligação estreita com a comunidade, ajudando sempre que necessário a população local.
Economia
O centro comercial de Itu é
formado principalmente pelas ruas Floriano Peixoto e Santa Rita, duas das
principais ruas da cidade, com outras ruas no entorno, onde se concentram
lojas, bancos, lanchonetes e restaurantes. Com o crescimento do comércio, o centro
histórico passou a não comportar o movimento, havendo uma expansão para o
bairro Vila Nova, com lojas e instituições financeiras.
Em 2000, foi inaugurado um novo
centro de compras, o Plaza Shopping Itu, com lojas e praça de alimentação com
alguns franchisings de lojas e fast-food. Existe ainda outro centro
de compras, o Road Shopping, situado na Rodovia Castelo Branco, no km 72, no distrito do Pirapitingui. O shopping conta com mais de 60 lojas, além de
um drive-thru de fast-food no
estacionamento, com mais de 600 vagas, arena para eventos e área de lazer.
A cidade conta ainda com
supermercados e hipermercados, entre eles: Extra
Hipermercados, Carrefour Bairro, Pão de Açúcar Supermercado, Tenda Atacado, Dia%, Hipermercado Walmart e Supermercados Paulistão e São Vicente.
Dentre as indústrias da região, destacam-se: Heineken Brasil, Sapa Aluminium, Starrett, Hewlett Packard, além das empresas japonesas que produzem peças para a Toyota: Sumitomo Corporation do Brasil, Aisin Seiki, Nissim Break, Vuteq e Kanaflex. Estância turística